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Facebook será investigado por estudo com dados sem aval de usuários

Se aval


02/07/2014

No teste, o Facebook "manipulou" o feed de notícias de quase 700 mil internautas para controlar as emoções às quais eram expostos.

O Escritório do Comissário de Informações (ICO, na sigla em inglês), órgão responsável por garantir a privacidade de informações sobre os cidadãos do país, informou que pretende questionar o Facebook sobre o estudo.

A empresa disse que garantiu "proteção apropriada" para as informação das pessoas.
"Responderemos com prazer às dúvidas que os reguladores possam ter", disse o diretor do Facebook na Europa, Richard Allen. A sede europeia da empresa fica em Dublin, na República da Irlanda.

De acordo com os jornais Financial Times e The Register, o ICO disse que entraria em contato com o órgão irlandês de proteção de dados sobre a questão.

Teste emocional

A pesquisa foi realizada em colaboração com as universidades de Cornell e da Califórnia, em São Francisco. O experimento durou uma semana em 2012 e as ‘cobaias’ foram 689 mil usuários da rede.

De acordo com o relatório sobre o estudo, "a experiência manipulou o quanto as pessoas foram expostas a diferentes emoções em seu feed de notícias". O estudo descobriu que quanto mais histórias negativas os usuários recebiam, mas propensos ficavam a escrever um post negativo, e vice-versa.

A pesquisa foi feita para avaliar se a exposição a diferentes emoções levava os internautas a mudar seus próprios comportamentos de postagem. O estudo foi criticado duramente por ter sido realizado sem o conhecimento ou aval dos usuários.

‘Melhorar processos’

O Facebook defende a pesquisa e afirma que não houve coleta desnecessária de dados pessoais.
"Nenhum dos dados utilizados foi associado com o relato de uma conta específica no Facebook", disse a rede social.

"Está claro que as pessoas ficaram chateadas e assumimos a responsabilidade por isso", disse Allen. "Estamos melhorando nossos processos com base nessas opiniões."

Um dos autores do estudo, Adam Kramer, também do Facebook, admitiu que a empresa não expressou claramente suas intenções ao fazer a pesquisa. "Posso entender a razão por que algumas pessoas estão preocupadas. Eu e os outros coautores lamentamos a forma como o experimento foi descrito e qualquer ansiedade causada por ele".


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