Futebol

Pouco inspirado, Atlético empata com Náutico e segue jejum pós-Libertadores

BRASILEIRO


10/08/2013



A dupla de ataque formada por Ronaldinho Gaúcho e Jô não foi suficiente para levar o Atlético-MG à vitória diante do Náutico, lanterna do Brasileirão, na noite deste sábado, na Arena Pernambuco. O empate sem gols foi o resultado natural para uma partida em que os dois times atuaram com muitos volantes, faltando criatividade, objetividade e pontaria para chegar aos gols. No último lance da partida, os jogadores atleticanos reclamaram a não marcação de um pênalti. Eles alegam um toque na mão do zagueiro João Felipe. A arbitragem entendeu como lance normal.

Náutico e Atlético deixaram o campo vivendo as mesmas situações ruins na tabela de classificação da competição. O alvinegro mineiro, que ainda não venceu após conquistar o título da Libertadores – com três derrotas e dois empates em cinco jogos –, segue em 16º lugar, mas corre o risco de entrar na zona de rebaixamento no domingo. Já o time pernambucano continua na lanterna, com sete derrotas e o pior ataque: oito gols.

Os dois times erraram muito, especialmente passes e finalizações. No primeiro tempo, por exemplo, o Náutico desperdiçou duas chances em que os ex-palmeirenses Maikon Leite e Tiago Real passaram por Victor, mas sem goleiro não conseguiram colocar a bola na rede. O Atlético-MG chegou duas vezes, na etapa inicial: uma em cobrança de falta com Ronaldinho Gaúcho, e outra em chute de Jô, aos 45 min, ambos bem defendidos por Ricardo Berna. No segundo tempo, a situação não melhorou muito e as duas equipes esbarraram em seus próprios erros.

O Atlético-MG, que vive os primeiros dias sem Bernard, que se transferiu para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, entrou em campo contra o Náutico com um setor ofensivo modificado. Novo titular, Luan desfalca por suspensão. Já Diego Tardelli, com dores musculares, viajou para Pernambuco, mas não teve condições e foi vetado. Ronaldinho Gaúcho, que era dúvida, foi confirmado, atuando mais adiantado. “Vamos ser um pouco mais cautelosos dentro do que a gente tem, por causa dos desfalques”, disse o treinador atleticano.

No meio-campo, Pierre e Josué ganharam como companheiros Richarlyson e Rosinei. Se o Atlético-MG iniciou o jogo com muitos volantes, o Náutico não ficou atrás. O técnico Zé Teodoro escalou três especialistas na marcação – Elicarlos, Rodrigo Soutto e Derley –, deixando apenas um jogador no setor, mais ofensivo, Tiago Real. “Sem o Tardelli, o adversário perde a velocidade, então colocamos três volantes, vamos esperar ali e sair no contra-ataque”, explicou Zé Teodoro.

O primeiro tempo começou como o treinador do Náutico imaginou. Seu time retraído, marcando forte o Atlético, que apesar de ser o visitante tentava tomar a iniciativa, e partindo para o contra-ataque. Logo aos 2 min, Maikon Leite, aproveitou falha de Rosinei, e mandou a bola na trave, depois de passar pelo goleiro Victor. Em outra jogada do tipo, Richarlyson conseguiu evitar a finalização do veloz Maikon Leite.

Passado os sustos iniciais, o Atlético-MG conseguiu tocar mais a bola, comandado por Ronaldinho Gaúcho, rondando a área adversária. Aos 18 min, o camisa 10 atleticano cobrou falta e obrigou o goleiro Ricardo Berna a fazer difícil defesa. O Náutico não alterava a sua maneira de jogar. Marcava forte e tentava explorar os contra-ataques pelas laterais, de forma alternada. Mas era o alvinegro mineiro que chegava com mais perigo, embora abusando em alguns momentos das bolas altas sobre a área.

O Atlético demonstrava dificuldade para furar o bloqueio do Náutico e sentia falta de jogadores de velocidade. A consequência era um jogo mais lento, em que o time tentava no toque de bola facilitando a marcação adversária. Além disso, erros de passe no meio de campo alvinegro geravam contra-ataques perigosos dos donos da casa. Foi o que aconteceu aos 34 min, quando Tiago Real passou por Victor, mas chutou para fora.

“Quem está em campo está sujeito a isso. O importante é que estamos criando oportunidades”, disse Tiago Real, ao deixar o campo, no intervalo. Ele manifestou a esperança de ser mais feliz no segundo tempo. “Novas oportunidades vão pintar no segundo tempo e vamos guardar”, destacou. Para Jô, o Atlético não soube sair da marcação forte do time pernambucano. “Apesar de jogarem em casa eles estão voltando com todo mundo para marcar”, analisou.

O segundo tempo começou com o Náutico se mostrando mais ofensivo. Em quatro minutos, Victor foi obrigado a fazer duas defesas. A primeira em chute de Tiago Real e a segunda em cabeçada de Olivera, quando salvou o gol. O Atlético continuava com maior posse de bola, mas errava passes e pouco incomodava a defesa adversária.

O jogo continuava fraco tecnicamente. Apesar das tentativas dos dois treinadores, faltava inspiração a ambos os lados. Na reta final, mais na base da vontade o Atlético ensaiou uma pressão, teve sequência de escanteios cobrados por Ronaldinho, que quase marcou em uma cobrança de falta defendida, com a ponta dos dedos por Ricardo Berna.


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