{arquivo}Cesare Prandelli ganhou um enorme problema para a semifinal da Copa das Confederações. Vencer a Espanha já seria difícil. Vencer sem Mario Balotelli parece quase impossível. Mas ainda não é o bastante. Para piorar, o provável substituto do camisa 9 nunca se firmou e ainda vive em crise com as redes. Chance para Alberto Gilardino, enfim, se consagrar.

O centroavante de 31 anos participou de seis partidas da seleção nesta temporada e marcou apenas um gol, na vitória por 4 a 0 sobre San Marino, 207ª no ranking da Fifa, em amistoso realizado em Bolonha, no fim de maio, pouco antes do embarque para o Brasil.

Nem mesmo no Campeonato Italiano o rendimento dele foi maravilhoso. O jogador do Bologna ficou em 11º lugar, com 12 gols, 17 a menos que o artilheiro Cavani, do Napoli. Balotelli, por exemplo, marcou os mesmos 12, mas chegou ao Milan na metade final da competição.

Banco na campanha do título mundial de 2006, Gilardino é um reflexo do difícil momento vivido pela Itália. A seleção tenta se renovar, mas sofre para encontrar peças de qualidade, sobretudo no setor ofensivo. Por isso, recorre a veteranos sem tanto sucesso. Gila, como é chamado, tem 53 partidas pela seleção, com 18 bolas nas redes.

O centroavante de 1,84m, aliás, tem uma carreira inconstante. Depois de ganhar projeção no Parma, chegou ao Milan considerado uma grande promessa do país, mas nunca se firmou. A concorrência com jogadores renomados vindos do exterior e com Inzaghi freou o crescimento. Na reserva, participou das conquistas da Liga dos Campeões de 2007 e do Mundial de Clubes da mesma temporada.

Para ganhar mais projeção, Gilardino precisou procurar clubes menores e sem tanta disputa interna com os gringos badalados. Acabou negociado com a Fiorentina, depois passou pelo Genoa até chegar ao Bologna.
Mesmo sendo titular absoluto dessas equipes, nunca atingiu o estrelato, mas continuou sendo convocado pelo técnico Cesare Prandelli para ser o reserva imediato de Balotelli, que reina absoluto na posição.

O treinador sabe que montar o time sem Balotelli não será fácil. A Azzurra perdeu sua referência no ataque e o jogador italiano mais respeitado do momento. Por isso, Prandelli não confirma a entrada de Gilardino e comandará um treino secreto, nesta terça-feira pela manhã, no estádio Presidente Vargas, em Fortaleza.

– Sem Mario, precisamos trabalhar muito coletivamente. Temos jogadores com características diferentes. Vamos compactar mais a equipe – lamentou Prandelli.

Itália e Espanha se enfrentam, nesta quinta-feira, às 16h (de Brasília), na Arena Castelão. Quem vencer, pega Brasil ou Uruguai na decisão, marcada para domingo, às 19h, no Maracanã.