Dois inquéritos, um da Polícia Civil e outro da Polícia Militar, serão abertos para apurar a morte do deficiente mental, Edmilson Bezerra da Silva, 30 anos, morto em Monteiro na ultima quinta, após sofrer três tiros de um policial militar. O PM afirma ter agido em legítima defesa, pois a vítima estava armada com uma faca e teria partido para atacá-lo.

O delegado regional de Monteiro, Cristiano Rodrigo, afirmou que tanto os policiais envolvidos na ação, quanto algumas testemunhas já foram ouvidos e que o delegado responsável pelas investigações vai decidir se o sargento irá responder em liberdade. Segundo o delegado, a Polícia Civil ainda não confirmou se a vítima era deficiente. "Há a possibilidade de que a vítima estivesse sob efeito de alguma droga. Ainda não temos o resultado da perícia", enfatizou.

Ainda de acordo com o delegado regional de Monteiro, a vítima não tinha passagem pela polícia. "Após a conclusão do inquérito, o caso vai para as mãos da Justiça, que decidirá o que fazer", acrescentou Cristiano Rodrigo, que disse acreditar na hipótese de legítima defesa.

O caso

De acordo com o major Brandão, uma denúncia anônima para a Central de Operações da Polícia Militar (Copom) informou que um homem estava caminhando pelo centro da cidade de Monteiro armado com uma faca.

Quando fizeram diligências, os policiais encontraram o homem com uma faca em mãos, como tinha indicado a denúncia.

“Nesse momento, o sargento deu ordens para que a vítima soltasse a faca e ele não atendeu. De repente, ele partiu para cima do sargento e começou a agredi-lo fisicamente com a faca. O policial atirou na perna dele, mesmo assim não o conteve. O sargento caiu ao chão com a agressão do deficiente e teve que dar um tiro na região do tórax, atingindo o estômago”, contou o comandante.

Ainda segundo o major Brandão, no veículo da PM que atendeu à ocorrência havia mais dois policiais, além do sargento. O acusado teve ferimentos leves no braço. Ainda de acordo com o major, a vítima chegou a ser socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos.

O caso foi registrado na delegacia de Monteiro. O corregedor da Polícia Militar da Paraíba, coronel Gerônimo Ramos, disse que aguarda mais informações sobre o caso para se pronunciar oficialmente. Ele garantiu, no entanto, que um inquérito na Justiça Militar será aberto para apurar o homicídio.