Tallis Gomes, empresário e ex-CEO da G4 Educação, anunciou sua saída da direção executiva da empresa após a repercussão negativa de uma declaração que fez nas redes sociais, considerada misógina. Gomes respondeu a um seguidor dizendo que “Deus me livre de mulher CEO”, justificando que o estresse da função poderia afetar a qualidade de vida da profissional. A frase gerou críticas imediatas, tanto de figuras públicas quanto do mercado.

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“Ouvi com atenção os comentários que recebi nestes dias. Ouvi mulheres que admiro e respeito, sócias e sócios, amigas e amigos e agradeço imensamente cada uma das conversas. Volto aqui para informar que decidi me afastar dos cargos de CEO e de presidente do Conselho do G4″, afirmou.

Com a saída de Gomes, a G4 Educação promoveu Maria Isabel ao cargo de CEO. Isabel, sócia da empresa e engenheira de produção pela UFMG, traz uma vasta experiência em cargos de liderança, com passagens por empresas como GPA, Itaú Unibanco, além de ter sido CEO da startup Singu, adquirida pela Natura.

A repercussão não se limitou à G4 Educação. A marca de lingeries Hope, onde Gomes integrava o conselho consultivo, também optou por romper os laços com o empresário. “Acreditamos que esse é um momento importante para ele refletir sobre a importância das lideranças femininas”, declarou Sandra Chayo, diretora da marca.

Além disso, o Instituto Caldeira, um hub de inovação que conta com empresas como Renner e Gerdau, cancelou uma palestra que seria ministrada por Gomes após o incidente. O episódio reacendeu o debate sobre a sub-representação feminina em cargos de liderança no Brasil. Segundo o Instituto Ethos, apenas 27,4% das posições executivas no país são ocupadas por mulheres, mesmo elas representando a maioria dos trainees.

Críticas à fala de Gomes vieram de várias frentes. Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, foi enfática ao discordar da visão do empresário.