Economia
Da árvore ao papel: conheça o processo de produção e controle de qualidade do papel
16/07/2024
Da Redação
Que a ciência é a base do desenvolvimento das sociedades não há qualquer dúvida, mas raramente pensamos sobre aspectos específicos da produção dos objetos que usamos no dia a dia. O papel, por exemplo, ainda desempenha função fundamental em um mundo que é apenas parcialmente digital.
Mesmo quem desconhece os detalhes sabe que o papel que usamos para tarefas cotidianas, pessoais e profissionais, vem da madeira. Há discussões importantes a serem trabalhadas sobre a proteção ambiental e o crescimento sustentável, mas há igual valor em entender como a transformação ocorre. Isto é: como as árvores se tornam o papel? Processos físicos e químicos estão envolvidos, mas quais exatamente são eles? No decorrer desse texto, nós vamos explicar tanto o processo de produção quanto o controle de qualidade, com destaque para as análises químicas que possibilitam tudo isso.
Dentre os assuntos que vamos abordar está a importância do controle de qualidade na produção do papel e quais são as etapas envolvidas. Partindo da obtenção da maneira e chegando ao consumidor, há variados tipos de tecnologias envolvidas, as quais não são amplamente conhecidas pela maioria.
Qual a importância do controle de qualidade na produção do papel?
Antes de partirmos para as etapas da produção do papel, é importante falar sobre o controle de qualidade. Esses processos são possíveis a partir de técnicas como a titulação, as quais garantem que o produto que chega ao consumidor seja seguro e adequado ao uso, considerando os seus propósitos.
A titulação é usada no controle de qualidade para, entre outras coisas, medir a acidez da polpa de celulose durante o branqueamento do papel (algo que vamos explicar mais adiante) e para determinar o teor de lignina residual na polpa. Basicamente, cuidados para que o papel entregue esteja correto. Sem o controle de qualidade e técnicas como a titulação, produtos não seriam viáveis para consumo e comercialização, considerando a quantidade de processos pelos quais passam. Isso é muito debatido nas indústrias alimentícias, mas há igual preocupação quando o assunto são produtos como o papel.
Quais são as etapas do processo de produção do papel?
É possível separar as etapas do processo de produção do papel de múltiplas formas, mas para a explicação abaixo nós as dividimos em obtenção da madeira, tratamento da matéria-prima (a qual por si só engloba outras subetapas), presença (ou não) de aditivos e, claro, a chegada até os consumidores.
Embora não vá ser trabalhada nos itens abaixo, a reciclagem também pode ser considerada uma etapa do processo de produção do papel, com o diferencial de que a sua matéria-prima são produtos finais que já foram utilizados e serão reaproveitados. E ela cumpre papel importante na questão ambiental.
1 – Obtenção da madeira
A primeira etapa do processo de produção do papel é a obtenção da madeira, a qual está envolta em leis e regulamentações rígidas. No Brasil, há dois principais tipos de madeiras utilizadas para o papel: o pinus e o eucalipto. Elas representam mais de 98% do volume total da indústria de celulose no país.
As árvores são cortadas e transportadas para o local de fabricação. É aqui que ocorre todo o processo de limpeza da matéria-prima, como a lavagem e a retirada das cascas. Ao mesmo tempo em que se corta, boas práticas ecológicas incluem a utilização de áreas reflorestadas e o plantio de novas árvores.
2 – Tratamento da matéria-prima
O tratamento da matéria-prima é a etapa mais complexa e envolve diversas outras subetapas. Dentre essas subetapas, podemos destacar o preparo da polpa, o branqueamento do papel, a secagem e a prensagem. Logo no começo, as matérias-primas obtidas antes são cozidas em altas temperaturas.
O resultado é uma pasta marrom que, em seguida, é branqueada. O branqueamento se dá com o uso de alvejantes, dando origem a uma pasta branca, ideal para a produção do papel. Logo após, essa pasta é seca e prensada, a fim de atingir a gramatura adequada ao uso tradicional como uma folha de papel.
3 – Presença de aditivos e controle de qualidade
Como sabemos, nem todos os papéis são iguais. O sulfite, por exemplo, é diferente do post-it, o qual tem um espaço com cola para ser fixado em superfícies. A cola é um bom exemplo de “aditivo”, o qual é acrescentado ao material após a etapa anterior. O mesmo acontece com os outros tipos de papéis.
O controle de qualidade vem em seguida, praticado utilizando a titulação e outros métodos da química analítica. Ao fim dessas etapas, o produto obtido é enviado para as distribuidoras, as quais irão repassá-lo ao consumidor final. Em cada momento, diferentes tecnologias são usadas e aprimoradas.
Pegando como gancho um elemento citado superficialmente durante a introdução, é importante que não deixemos de lado a preocupação com o meio ambiente. A principal causa para os desmatamentos não é a produção de papel, mas a pecuária; dado que não é imediatamente óbvio e requer contexto.
Felizmente, há empresas que se preocupam com todos os aspectos de uma produção sustentável, desde a reposição de árvores derrubadas até o controle de qualidade que garante um produto seguro ao consumidor. Enquanto usarmos o papel, esse tipo de atitude continuará tendo valor inestimável.
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