BRASILIA – Certamente que a cúpula da República Federativa do Brasil nem se apercebeu, posto que são tantos os problemas a decidir cotidianamente, mas esta quinta-feira de sol claro na Capital Federal produziu um dos momentos mais inusitados e decisivos para a retomada da civilidade racional e de resultados no Estado da Paraíba – isso, claro, se de fato estiver sendo exercida na prática (a seguir) a decisão de se sobrepor a miudeza em nome do atacado – do coletivo, melhor dizendo, entre o governador Cássio Cunha Lima e o senador José Maranhao.

Pela primeira vez, depois de tantos anos e algumas ausências sentidas, o antigo MDB se recompôs adicionado do PFL – agora Partido Democrata, cuja sigla é emblemática (Demo) – jurando aos quatro cantos o compromisso de todos lutarem pela retomada desenvolvimentista da espoliada Paraíba velha de guerra.

Parecia filme produzido no Projac (Rede Globo) ou da Metro (Hollywood) e não era. No mesmo lugar, sem sair faísca nem mau humor eis que, capitaneados pelo governador Cássio e o senador Maranhão, a Paraíba suspirou, tremeu, ouviu, viu e se curvou ao dialogo civilizado entre os dito cujos diante de uma platéia selecionada.

Como iniciativa de Cássio, justiça seja feita, o senador Maranhão usou das ‘armas e talento’ de que dispõe – o seu próprio cenário de vida legislativa, através da Comissão do Orçamento – fazendo-se ser notado pela importância do cargo e história exercidas, da mesma forma em que o governador se impôs pela firmeza e humildade, mesmo quando a norma a ordem de fala fora invertida.

Tranqüilo, no mesmo nível do senador, Cássio chegou acompanhado dos senadores Cícero Lucena e Efraim Morais parecendo entrando na mais importante (e o foi) conversa de efeito político-administrativo dos últimos tempos.

Desde quando assumiu o Governo, ao invés da falsidade de antes – tudo faz crer – a conversa expôs todas as partes da Paraíba decididas a contribuir em torno de um só um processo, ou seja, carrear recursos e projetos em favor da combalida (economicamente) aldeia tabajara.

Pois bem, diante de mais de uma 1 hora de conversa, cada um expôs sua lógica, foi compreendido – mesmo exaltando suas diferenças, mas convergindo em torno de um só objetivo, isto é, fazer a Paraíba retomar a atratividade de novos recursos/desenvolvimento priorizando pela lógica e importância os diversos programas elaborados pelo Governo (em numero maior) e pela Oposição (no caso o senador Maranhão).

Ao final, com algumas alfinetadas digeridas e a consciência coletiva assumida por todos, Cássio e Maranhão saíram do encontro certos do dever cumprido, certamente na direção de dar seqüência para que, tudo não se restrinja, a jogada de marketing e tempo perdido.

Em síntese, a reunião teve caráter e nota 10. Quem viu, atesta.

Primeiro momento

Quem primeiro chegou na Comissão de Orçamento foi o deputado federal Wilson Braga, depois o senador Maranhão. Este passou algum tempo, conversou com assessores, pediu o clipping na imprensa (o WSCOM teve caráter especial) e, depois, saiu até seu gabinete no senado acompanhado do empresário Roberto Cavalcanti, suplente de senador, e do professor universitário Sales Gaudêncio.

Os três passaram pelo salão verde sem se deixarem ser abordados.

Encontro técnico

O governador Cássio preferiu não zoar na arregimentação de muita gente para fazer presente ao encontro com o senador. Até desestimulou alguns deputados da base, como a dizer que estava tudo tranqüilo.

O mesmo dizer-se- ia do senador Maranhão que, antes do encontro, voltou a se reunir com a área técnica da comissão.

Maranhão, na verdade, estava preparando seu elenco de temas a defender junto ao governo.

Exagero desmedido

Enquanto o governador e o senador trabalhavam a harmonia de procedimentos nos bastidores, setores da assessoria, como o chefe de gabinete, o ex-diplomata Marcos Aurélio, impunha aos jornalistas uma forma dura de posicionamento durante a reunião anunciando, de antemão, que todos seriam ‘evacuados do recinto’ – como se fossem penetras ou coisa do tipo.

Quando o senador chegou, desfez o rigor abusivo do mau humorado assessor, permitindo que a Imprensa acompanhasse a reunião sem problemas, como seu deu.

Retomada na Comissão

Maranhão chegou no local da audiência pública, pouco minutos antes de chegar o governador – também com sua equipe de assessores, mais os senadores Cícero Lucena e Efraim Morais.

Logo que chegaram foram se cumprimentando e, a pedido do senador, ocupando mesa maior – onde poderia abrigar a todos com melhor acomodação.

Primeira palavra

Aberta formalmente a reunião, coube ao governador Cássio falar do propósito do encontro acontecer na Comissão de Orçamento lembrando que cada um, ele próprio ou cada um dos senadores ou deputados federais, sozinho, não significa nada em termos de conquista coletiva, daí a importância da união de todos paraibanos.

Maranhão concordou e, antes de Cássio apresentar a série de projetos de adicionamento ao PAC, ele, como presidente, apresentou análise conjuntural e algumas propostas. Todas no campo da infraestrutura.

Foi o suficiente para o senador falar de seus entendimentos e propostas – ouvidas atenciosamente pelo governador.

As propostas e reconhecimento

Cássio expôs um elenco de 13 propostas – antes eram 12, depois se apresentaram como 15 – mas todas apresentando obras estruturantes, todas apresentadas ontem pelo Portal WSCOM Online

O governador chegou a reconhecer em alguns momentos, da mesma forma que o governador, que algumas das grandes obras foram começadas pelo ex-governador Maranhão, outras por Ronaldo Cunha Lima e muitas seqüenciadas por Cícero e hoje o próprio Cássio.

Os deputados

Da bancada federal paraibana, lá estiveram presentes Wilson Braga – o primeiro a chegar, Wilson Santiago, Marcondes Gadelha e Luiz Couto – o ultimo a chegar, depois de participar de encontro dos Direitos Humanos.

Todos destacaram a importância do encontro.

Desdobramento

O senador Efraim Morais usou da palavra para explicar que, depois de tudo acontecido, a hora era de dar seqüência real ao pós- reunião, especialmente a realização de novos encontros da própria bancada e posteriormente audiência com o presidente Lula e a ministra Dilma Russef.

– Sou Oposição mas me disponho – disse ele sendo seguido por Cícero.

Articulador

Embora não tenha assumido a condição de coordenador, mas o senador Cícero Lucena tem produzido a harmonia entre as varias lideranças e partidos na construção de novo momento político.

Ele tem conversado com Maranhão para arrefecer clima.
Numa escala intermediária, o ex-deputado federal Inaldo leitão foi quem primeiro tocou no assunto.

Cícero será muito mais importante de agora em diante.

Aprovação dos lideres

“Saio seguro do importante significado dessa reunião”, disse o governador aplaudindo a todos pela disposição de se reunir em nome da Pararaiba, incluindo o senador Maranhão.

“Acho que ela atendeu o sentido e importância”, lembrava Maranhão, também animado com o encontro.

Última

“Quando um não quer/
Dois não brigam…”