Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Mais água, mas com Alegria


12/01/2008

Foto: autor desconhecido.

Governo responsável certamente que, diante de fenômenos adversos como é o aguçamento da estiagem gerando falta de água para beber, tem mesmo que priorizar as ações para o socorro imediato aos conterrâneos afetados com o grave problema.

Isso é ponto pacífico e, claro, ninguém discorda quando o Governo Cássio decide apoiar as ações que minorem os problemas nos 117 municípios atingidos com a seca.

Mesmo com o consenso em torno da questão não é demais ponderar minimamente para que a sensibilidade do Governo também gere (minimamente) uma reflexão sobre a realidade da minguada cultura vivida por agremiações e blocos do Folia de Rua/Carnaval Tradição.

Quando abordo o assunto, imagino o quanto o Governo se assusta em face da enxurrada de mesmos argumentos por parte dos prefeitos aliados envolvidos com seus carnavais nas diversas cidades, também correndo atrás de ajuda dos cofres estaduais.

Com todo respeito às argumentações gerais, há de se distinguir o joio do trigo nessa questão. O caso do Folia de Rua/Muriçocas se configura de forma diferente porque se trata de ação da sociedade organizada (diferentemente dos carnavais dos municípios bancados pelas prefeituras, que têm recursos para isso ), portanto, é preciso encarar essa distinção neste momento.

Por uma razão simples: o Folia/Muriçocas está com projetos aprovados no FIC, Lei Rouanet, etc, portanto, diferentemente dos outros carnavais, estão enquadrados em leis de cultura podendo atrair recursos já previstos orçamentariamente como rubrica de cultura – e não de eventos.

Além do mais, o governador e seus auxiliares podem atrair apoios de grandes empresas, através da dedução do Imposto de Renda e/ou ICMS, porque, como é o caso também do Carnaval Tradição, tem aprovação do FIC.

Em síntese, não se trata do Governo apoiar o evento de carnaval nesses casos, e sim cumprir minimamente o que já está aprovado em lei, diferentemente dos carnavais das prefeituras municipais.

Sei que pode parecer desconforto para o Governo, mas é preciso encarar essa distinção, essa diferença, sob pena de punir quem está amparado pelas regras a atrair, relativamente, poucos recursos.

Quando voltar ao exercício, todos esperam a firmeza de sempre do governador no mesmo nível da sensibilidade, que permita adotar a máxima de que em toda regra há exceção.


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