Fazia tempo o Busto de Tamandaré não registrava tão alto comparecimento quanto na noite deste sábado para ver ao show do cantor e compositor Zé Ramalho ainda em meio a um clima de Reveillon fora de época gerado por força da frustração da queima de fogos na passagem do ano.

O encantamento em torno dessa questão gerou tamanho interesse que, na praia, a começar pelo prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, muita gente compareceu ao evento da praia vestindo roupa branca. Repito: havia muita gente de branco

Desta feita, com público duplicado ao que esteve na passagem do ano, os fogos funcionaram para , entre outras coisas, afastar os presságios que por ventura se mantinham.

O show de Zé Ramalho provou o que a Coluna já havia abordado dias atrás: como tem força e apelo popular a apresentação do Bob Dylan brasileiro teria arrastado mais energia e vibração no Reveillon do que Zeca Baleiro – este perfeitamente adequado à noite do sábado.

Não se trata aqui desqualificar a força e beleza do cantor/compositor maranhense, ao contrário, mas é que Reveillon enquanto festa de grande expectativa atrai para si a expectativa popular de se ter atrações com esse perfil de envolvimento com grandes estrelas.

A performance de Zé Ramalho mostrou que, como era esperado, sua empatia com a massa continua em alta escala. No show do Busto, em meio a uma multidão de fãs, ele reuniu diversas gerações curtindo grandes sucessos provando que se mantém nas paradas de sucesso sem precisar mudar seu estilo.

Aliás, de uns tempos para cá, Zé herdou também uma parcela dos fãs de Raul Seixas – malucos demais por música de letras profundas como o fundo do mar.

Em síntese, Zé e a opção popular estiveram em paz perfeita no reveillon fora de época que, enfim, fez pipocar os fogos atrasados da passagem de ano.